segunda-feira, 16 de maio de 2016

Acidente de moto: reduzindo danos



Para quem anda de moto, todo o cuidado é pouco. O fato de estar com o corpo sempre exposto é um agravante em qualquer acidente de trânsito, podendo vir a ser fatal por diversas variáveis e situações. Por isso, como qualquer choque pode custar uma vida, motociclistas devem fazer a sua parte para minimar os riscos em acidentes, andando sempre o mais equipado possível e com a manutenção da moto – seja o xodó de final de semana ou a companheira de todos os dias – sempre em dia.

O Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI Brasil) traz em seu boletim técnico de maio meios de como os condutores podem se proteger para reduzir danos em acidentes. “A vulnerabilidade do motociclista faz com que, à menor colisão, seu corpo seja arremessado a metros de distancia, sofrendo impacto direto, sem atenuantes, contra o piso ou outros objetos – postes, árvores, outros veículos… Proteção para a cabeça, corpo, pés e mãos é essencial para a redução dos danos no caso de acidente de moto”, diz o material.




Cabeça

Parece clichê falar isto, mas não é. O uso do capacete é primordial e essencial porque 70% dos acidentes fatais com motocicletas decorrem de ferimentos na cabeça. É preciso estar atento à data de validade do equipamento e usar sempre modelos aprovados pelo Inmetro, além de, se possível, buscar conhecer os materiais empregados no capacete e sua performance em testes de segurança. Atenção também com a viseira, que deve permanecer sempre fechada. Ao andar com ela levantada deixa margem para o risco de pequenos objetos serem arremessados por pneus de carros e caminhões e atingirem os olhos do motociclistas. O mesmo também pode ocorrer com insetos, vindo a causar segundos de cegueira em quem está dirigindo, podendo acabar gerando um acidente e/ou queda. Atenção, ainda, para o tamanho do capacete, afinal não pode haver folga entre a cabeça e o casco, pois isto pode fazer com que o equipamento seja arremessado em caso de queda.

Corpo

Roupas adequadas ajudam a minimar as lesões caso o motociclista seja atirado da moto, então opte por roupas que protejam o seu corpo por completo, inclusive tórax, costas, braços e pernas. Mais do que isto, roupas adequadas evitam que o condutor fique exposto à fatores climáticos (forte sol ou chuva) e protege-o de qualquer objeto que possa atingi-lo durante sua viagem. Outro fator importante e que deve ser critério na hora da compra é o uso de faixas refletivas, que ajudam muito que o motociclista seja visto por todos, principalmente à noite. Dê preferência por roupas aprovadas por órgãos certificadores brasileiros e internacionais.

Pés

O motociclista economiza aquela grana, faz pesquisa de mercado, avalia modelos e sobe de categoria. De repente, nos deparamos com alguém pilotando uma moto de 600cc de capacete, jaqueta e tênis de passeio. Cena comum, não? Infelizmente. Não dá para vacilar ou correr riscos por falta de equipamentos de segurança, e os pés são geralmente os mais esquecidos na hora de receber proteções. Segundo o CESVI, em um acidente é muito comum o motociclista raspar os pés nas guias, valetas ou calçadas, e em colisões laterais com outros veículos os pés ficam desprotegidos caso o condutor esteja com calçados de passeio. Por isso, é indicado o uso de botas de alta resistência, e que não tenham salto alto.

Mãos

A primeira autodefesa do motociclista ao cair da moto é usar as mãos para amortecer o impacto contra o piso. Isso faz com que as mãos sofram arranhões, fraturas e queimaduras, muitas vezes, irreversíveis. Eis que surge a importância do uso de luvas de alta resistência. Felizmente, hoje no mercado existe uma gama enorme destes produtos, tanto para itens de inverno como para os de verão, de variadas características e valores. Lembre-se que o preço do equipamento, por mais alto que possa parecer, jamais será comparado ao valor da sua saúde e integridade física.

Brecha na lei

Rodar equipado, com todos os recursos possíveis para promover a própria segurança, é muito mais uma questão de educação e consciência do que de obediência às leis de trânsito. Hoje, o Código de Trânsito Brasileiro obriga apenas o uso de capacete e de calçado que proteja os pés (não precisam ser botas), gerando multa para quem conduzir sem fazer uso dos itens. Andar sem o capacete (precisa proteger a cabeça e olhos – em modelos abertos devem sem empregados óculos protetores) gera autuação gravíssima, com multa de R$ 191,54 e soma de sete pontos na carteira de habilitação. Já rodar sem a tal proteção para os pés gera multa de R$ 85,13 e soma de quatro pontos na CNH, configurando infração média.

Manutenção preventiva

Tão importante para minimizar os riscos e consequências de acidentes quanto andar com os devidos equipamentos de proteção é estar com a moto em dia. Neste quesito, a palavra de ordem é manutenção preventiva. Inúmeros problemas podem deixar um motociclista no acostamento ou, pior, levá-lo para um ardente e indesejável beijo no asfalto, e a maioria destes infortúnios pode ser evitada. É preciso estar atento às recomendações do manual de cada modelo, respeitando os prazos estabelecidos para troca de peças e revisões das mesmas. Velas, lubrificante, cabos, válvulas, freios, embreagem, tudo precisa estar em ordem.


Fonte: Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI Brasil), motonline.com.br